Formação de Fiscal de Obras e de Manutenção Predial

Apresentação

O fiscal de obra pública por vezes é o primeiro anteparo – ou o principal filtro – de eventuais falhas a ocorrerem nas fases anteriores do processo: nos estudos de viabilidade, na licitação, no orçamento ou mesmo na construção do edital. 

Não bastasse essa realidade, com reais riscos quanto a responsabilização para os agentes públicos, a complexidade desses contratos e a dinâmica do dia-a-dia na obra ou da manutenção predial exige uma capacitação técnica multidisciplinar: engenharia, direito, administração, finanças… Os riscos são dos mais variados: chuvas, extrapolações aos limites contratuais de 25%, impossibilidade de se prever as exatas quantidades de manutenção, qualidade ruim, diferenças entre empreitadas globais e empreitadas por preço unitário, orçamento de itens novos, jogo de planilha, prazo da obra, contratação de supervisoras, contingenciamento de recursos, aplicação de penalidades, acordos de nível de serviço, fiscalização dos encargos trabalhistas, aplicação das garantias, e toda uma gama de ameaças. 

Nesse cenário, o professor RAFAEL JARDIM CAVALCANTE propõe as participantes a apresentação cuidadosa de cada um desses riscos que rodeia o universo dos fiscais de obras públicas e serviços de engenharia. Pretende-se associar a teoria afeta a esses temas como a longa jurisprudência do TCU sobre o assunto. 

Propõe-se, ademais, discutir as principais dificuldades dos fiscais na principal ferramenta da administração para lidar com os problemas cotidianos da manter um prédio em funcionamento: os CONTRATOS DE MANUTENÇÃO PREDIAL, com todas as suas particularidades, envolvendo acordos de nível de serviço, informações mínimas das ordens de serviço, como lidar com a falta de insumos ou serviços na planilha orçamentária, divisão de tarefas entre fiscais técnicos e administrativos e muito mais. 

Mais que uma apresentação milimétrica de cada risco potencial nas obras, trata-se de uma oportunidade para os gestores de obras públicas adquirirem um ferramental essencial para o alcance de resultados e potenciais problemas com os órgãos de controle.  

Aos fiscais, gestores e demais agentes públicos que administram recursos públicos, um compêndio historiado das trilhas legais para a boa e regular fiscalização de recursos públicos em obras públicas; associados ao que mais moderno existe atualmente sobre governança e gestão. Aos operadores do direito, uma extensa lista de construções factuais indispensáveis à correta subsunção jurídica de casos concretos nessa área. 

Objetivo

  • Situar os participantes quanto aos principais entendimentos do TCU em relação a temas polêmicos envolvendo gestão, fiscalização e controle de obras públicas. 
  • Apresentar e desenvolver, na prática, técnicas de gestão de riscos aplicada a obras públicas e serviços de engenharia. 
  • Desenvolver uma visão crítica de um padrão de raciocínio legal para a solução dos problemas que rodeiam a gestão, fiscalização e controle de obras públicas, capaz de suportar a solução de situações gerais do dia-a-dia administrativo. 
  • Apresentar o tema obras públicas em um contexto coerente e multidisciplinar, envolvendo o direito administrativo, a engenharia e a arquitetura, e a administração. 
  • Sanear as principais dúvidas dos participantes em temas afetos a gestão, a fiscalização e o controle de obras públicas e serviços de engenharia. 
  • Preparar os fiscais de contrato para as particularidades envolvendo contratos de manutenção predial 

Outras informações

Fiscais e gestores de contrato, ordenadores de despesa, auditores, consultores jurídicos,  orçamentistas, engenheiros, arquitetos, advogados e estudantes. 

Conteúdo Programático

  • Hermenêutica jurídica na fiscalização e gestão de contratos 
  • Princípios fundamentais aplicáveis a contratações públicas 
  • O papel da jurisprudência na orientação do fiscal 
  • Poder vinculado e poder discricionário: como motivar decisões 
  • Teoria da responsabilização: até onde vai a responsabilidade do fiscal 
  • Regra da diligência: critérios para atestar uma fiscalização de obras diligente 
  • Fiscal x gestor do contrato 
  • Competências da equipe de fiscalização 
  • Necessidade de ART 
  • Contratação de terceiros 
  • Contratos de supervisão: possibilidade ou obrigatoriedade 
    • Contratação de empresas de supervisão 
    • Limites de aditamento para contratos de supervisão 
    • Redução da equipe de supervisão de acordo com o andamento da obra 
  • Papel do fiscal: controle do escopo, qualidade, custo e prazo 
  • Definição de liquidação de despesas 
  • Avaliação do fiel cumprimento do contrato 
  • Manutenção das condições de habilitação 
  • Documentos mínimos para a medição 
  • Avaliações de qualidade 
  • Avaliações de quantidade 
  • Diferenças de medição em empreitadas por PREÇO GLOBAL e por PREÇO UNITÁRIO 
    • Necessidade de aditivos em caso de variação quantitativa 
  • Química contratual 
  • Contratos verbais com a administração 
  • Medição dos serviços de mobilização 
  • Medição dos serviços de instalação do canteiro de obras 
  • Medição dos serviços de administração local 
  • Medição dos serviços de terraplenagem 
    • Principais erros e desvios verificados pelo TCU em serviços de terraplenagem 
  • Como lidar com a modificação das distâncias médias de transporte 
  • Como lidar com a modificação da tecnologia construtiva por parte do empreiteiro 
  • Como lidar com a modificação no consumo dos materiais 
  • Como lidar com a modificação na produtividade dos serviços 
  • Jurisprudência do TCU 
  • Motivação do prazo da obra 
  • Metodologia PERT/CPM 
  • Responsabilidade da administração pelo atraso:  o que fazer 
  • Responsabilidade da empreiteira pelo atraso: o que fazer 
  • Atrasos em caso de força maior ou caso fortuito: o que fazer 
  • Impacto das chuvas nos atrasos: o que fazer 
  • Elementos mínimos de um diário de obras 
  • Como construir um diário de obras
  • Novo entendimento do STF 
  • Passo a passo no cumprimento da IN MPOG 06/2018 (novidade!) 
  • Definição amostral da fiscalização passo a passo 
  • Entendimentos do TCU sobre o impacto dos encargos trabalhistas no orçamento da obra 
  • Multas x Acordos de nível de serviço 
  • Discricionariedade x vinculação na aplicação de penalidades 
  • Tipos de sanção 
  • Novidades na Lei 14.133/2021 
  • Procedimentos e competências para aplicação de sanções 
  • Recursos 
  • Sanções advindas da Lei Anticorrupção e os deveres do fiscal 
  • Teoria das áleas 
  • Teoria da imprevisão 
  • Alterações quantitativas x alterações quantitativas 
  • Forma de cálculo dos 25% contratuais 
  • Extrapolação dos 25% contratuais 
  • Jogo de planilhas 
  • Aditivos de prazo 
  • Alterações tributárias (especialmente o ISS, o IRPJ e a CSLL 
  • Impacto das chuvas nos aditivos 
  • Reajuste e repactuação na NLL: procedimentos práticos
  • Parametrização e negociação de preços com a contratada 
  • Critérios de aceitabilidade de preços novos e fundamentos de engenharia de custos 
    • Custos diretos, custos indiretos e BDI 
    • Sinapi/Sicro 
    • Cuidados na parametrização de custos dos materiais 
    • Cuidados na parametrização de custos da mão de obra 
    • Cuidados na parametrização de custos dos equipamentos 
    • Cuidados na parametrização de custos do BDI 
  • Recebimento provisório 
  • Recebimento definitivo 
  • Formação de equipes de recebimento 
  • Exceções á necessidade do recebimento provisório 
  • Procedimentos em caso da recusa no recebimento 
  • Garantia por vícios que comprometam a segurança e a estabilidade da obra 
  • Definição de responsabilidade objetiva 
  • Causas de excludente de responsabilização objetiva 
  • Vícios que comprometam a habitabilidade da construção e a questão da garantia
  • Particularidades das modelagens contratuais de manutenção 
  • Como lidar com a incerteza de quantitativos 
  • Elementos mínimos de medição e de ordens de serviço 
  • Acordos de nível de serviço 
  • O papel do gestor do contrato, do fiscal técnico e do fiscal administrativo 
  • Acompanhando o modelo de execução do objeto 
  • Exigibilidades na fiscalização trabalhista 
  • Recebimento provisório e definitivo em contratos continuados 
  • Relatório final de contrato 

Instrutores

Rafael Jardim
Rafael Jardim
Auditor Federal de Controle Externo, é dirigente do TCU por mais de dez anos. Ex-Secretário de Controle Externo do Sistema Financeiro Nacional e Ex-Secretário de Combate a Corrupção daquela do TCU. Coautor dos livros “Obras Públicas: comentários à jurisprudência do TCU” – 4ª Edição, “O RDC e a Contratação Integrada na prática”, “Lei Anticorrupção e Temas de Compliance” e “O Controle da Administração Pública na Era Digital”. No TCU desde 2005, foi também titular da Secretaria Extraordinária de Operações Especiais em Infraestrutura. Foi ainda Diretor da área técnica responsável pela fiscalização de rodovias. Ocupou os cargos de Secretário de Fiscalização de Infraestrutura de Petróleo e, também, de Fiscalização de Obras de Energia. Coordenou as fiscalizações do TCU atinentes à Copa do Mundo de 2014. Na área de combate à corrupção e integridade, palestrou em eventos internacionais da ONU, OCDE, além de treinamentos para auditores das Controladorias Gerais de diversos países na América Latina. Palestrante e conferencista em temas afetos à engenharia de custos para o setor público, ao Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC), Compliance, Integridade e a licitações e contratos de obras e serviços de engenharia. Formado em engenharia civil pela Universidade de Brasília, trabalhou por mais de dez anos na coordenação de projetos e execução de obras na iniciativa privada. Consultor associado à Conexxões Educação.

INVESTIMENTO

R$ 2.490,00

*Por inscrição
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Data:
10 e 11 de julho de 2025

Carga horária:
16 horas-aula

Horários:
08:30 às 17:30

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